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8 de novembro de 2010

Melhores poemas que eu li

Lufada *

Hans Magnus Enzensberger

Certas palavras
leves
como pólen de álamos

sobem
levadas pelo vento
descem

raramente pegáveis
vagam longe
como pólen de álamos

certas palavas
talvez deixem
a terra porosa

lançando depois sua sombra
uma sombra sombria
quem sabe não

* Tradução de Marcos de Farias Costa, in “Não Tem Tradução – Antologia Poética Universal (Bilíngue)” – Ediculte-Sergasa – 1989 - Maceió-AL


Te espero na curva de qualquer rua *

Camillo Sbarbaro

Te espero na curva de qualquer rua,
Perdição. Te procuro nos olhos
de cada mulher que passa...
Paro nas barracas das feiras
para ver a mulher-serpente
a menina que voa...

Oh volúpia de dar tudo por nada!
de levar à custa de um cigarro
esta vida que é todo nosso bem!

Aquela que todos tiveram, que ri
fácil e não percebe, aquela que
com um sacudir de ombros e um mover de anca
dissolva todo o meu mundo interior,
aquela tão desprezível que ignora
o seu poder,
eu peço que me atravesse o caminho.

Como um mendigo que vindo
pela margem do rio, desdenhoso
joga o único vintém que possui,
por ela eu jogaria a vida sorrindo.

* Tradução de Paulo Malta, na revista Dialética – Ano 7, n. 5 – Março/2001 - Maceió-AL

2 comentários:

  1. Iremar, caro amigo..Toda vez que estamos por aqui é como se o melhor de nós viesse à tona e a melodia dos poemas aqui mostrados entrasse em nossas mentes da melhor maneira. Obrigada por nos proporcionar isto! Abraços! ;-)

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  2. Michelle, querida,
    Toda vez que você está aqui apreciando e comentando os poemas, a emoção é como se estivéssemos na belíssima página de seus sonhos
    (mas, sempre com um pé no real do dia-a-dia).
    Sou grato por sua presença, que embeleza e prestigia este Bestiário.

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