Cantata para Mario Faustino
Ubirajara Mello de Almeida
Subia, etéreo, estava em desvantagem,
usava toda química do delírio
mesmo sem túnica ia contra a aragem
e seguia em vão o discurso de um rio.
Ao ver-me nesse estado: é desvario...
Ou descompasso suicida da imagem?
Pregado numa cruz, à beira do martírio,
um quadro vivo agônico da paisagem.
Cantava, era o contraponto ao choro
dos fiéis, a duas vozes, em coro
na procissão dos que vão aos céus.
Numa cena perfeita de Brueghel,
o trumpetisdta preferiu um flugel
e a cortejo desfilava já sem véus.