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20 de junho de 2010

Novos poemas de Cicero Melo

Enquanto nos apunhalamos

Cícero Melo

O que é a guerra, senão
Um assalto à mão armada?
Toda paixão quando acaba
A mão sedosa da amada?

O que é a guerra, enfim?
Uma ternura viscosa,
Uma neblina sem fim,
A rosa no fim da rosa.



O jogo

Cicero Melo

Está se aproximando o último sono.
Aquele que nunca sonhei,
E ninguém quer sonhar.

Mas, uma cama ou qualquer horizontal
Nos fará ir, ir, ir, dormir.

"Mãe, ainda é cedo! Deixe-me jogar mais um pouco!"



Sombra

Cicero Melo

Havia uma mulher fora do espelho
Em que habitava meu corpo esquecido.
Havia uma mulher fora de mim.

Havia, com certeza, uma mulher lá fora.

Não digam que sonhei. Havia uma mulher
Fora de mim. E eu a amava.

Havia uma mulher fora do espelho
E dentro dela outro espelho havia.