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18 de setembro de 2010

Poetas alagoanos

Tentativa de poema e de tema

Norton Sarmento Filho

Não vou escrever agora o besteirol cotidiano.
Nem o alagoanol cacete e pedante das igrejinhas-rinhas,
Bem à moda do tempo da pedra ultralascada.
Nem tão pouco, ou muito, o provincianol sururuzeiro,
Em exibição cotidiana nos muros e extramuros, que saco!
Da cidadezinha ruidosamente calada
Dormente e blecautizada em pensamentos paralíticos.

Não vou escrever agora o bobo beletrol academicocêntrico.
Não vou me render jamais, mesmo em paz, à paranóia-pinóia,
Do meu torrão venal e caustral.
Mas só por pirraça, meus senhores e minhas senhoras,
uivo, uivo, uivo, uivo, uivo, uivo à verborragia...
Alagoense e sem fim
Da CTI do caos
Do caos da CTI
Tentativa de poema e outros temas,
Por amor – não temas!


Poema 5

Lúcia Guiomar Teixeira

Nas tardes da província
corsária dor afastadas as impotências
um jato um jeito
por tudo que é um gosto
após a posse
um encontro ou já incesto
com a boca toda verde
através dos ossos
através dos ócios
a noite cai
e a calma calma
silêncio
parêntesis
reticente aspa
harpa
interrogante exclamação
todo mar é azul
todo amar é
o olhar do cão azul
elmo azul
segredo


Lostkeeper

Fernando Fiúza

Coincidências, relógios, a morte do rei
carcaça de batel
pedradas nos patos do lago
da ninfa perversa de jeans
gelo, pacífico oceano, cabana ardente
o amor entre marido e mulher
os filhos promíscuos da tinta, tremores e papel
golfe, os buracos do jogo e do mundo
o conto de um conto de um canto de jornal
o tempo que passa entre as rodas dentro de rodas
21 rubis
cinco anos depois
uma noite quente de junho
Escócia
um caco de garrafa de gim
a sagração da primavera
que jamais virá
nem Liverpool
restos de comida no chão
laranjada
uma gota de sangue sequer
e a maneira mais triste
de um traste morrer.