Soneto da Viagem
Carlos Moliterno
Sobre as ondas, afoito, direcionou a quilha
e abriu, venturoso, as velas do veleiro,
que longe havia, além da fantasia, a Ilha
que nele incendiava o astuto timoneiro.
Foi que era Sol na hora da viagem,
pois o poeta, sempre irmão da claridade,
nutria-se, astuto, da luz e da miragem
com as quais teceu a sua eternidade.
Nem tanto o inquietava a hora de chegar:
Antegozava, sim, a vertigem da viagem,
que viver também lhe era parar de navegar,
num dia de tempestade, ou numa noite de luar.
Daí, ter avistado na Ilha uma paragem:
se o continente o entediasse. E precisasse amar!
CARLOS MOLITERNO poeta, jornalista, crítico literário, foi presidente da Academia Alagoana de Letras por seis mandatos consecutivos, autor dos livros Desencontro, Notas Sobre Poesia Moderna em Alagoas e do festejado A Ilha, considerado um clássico da poesia alagoana. Membro do Instituto Histórico e Geográfico de Alagoas, autor da letra do Hino de Maceió, faleceu no dia 19 de maio de 1998, aos 86 anos.
(Post original JAC VERSO&REVERSO http://jac-versoreverso.blogspot.com)
Assinar:
Postagens (Atom)