O Analfabeto Político
Bertolt Brecht
O pior analfabeto é o analfabeto político.
Ele não ouve, não fala, nem participa dos acontecimentos políticos.
Ele não sabe que o custo de vida, o preço do feijão,
do peixe, da farinha, do aluguel, do sapato e do remédio dependem das decisões políticas.
O analfabeto político é tão burro que se orgulha e estufa o peito dizendo que odeia a política.
Não sabe o imbecil que da sua ignorância política nascem a prostituta, o menor abandonado,
e o pior de todos os bandidos que é o político vigarista,
pilantra, o corrupto e lacaio dos exploradores do povo.
A Aurora
Federico Garcia Lorca
A aurora de Nova York tem
quatro colunas de lodo
e um furacão de negras pombas
que chacoalham as águas podres.
A aurora de Nova York geme pelas imensas escadarias
a buscar entre as arestas
nardos de angústia esboçada.
A aurora chega e ninguém a recebe na boca
porque ali não há manhã nem esperança possível.
Às vezes as moedas em enxames furiosos
traspassam e devoram bebês abandonados.
Os primeiros a sair compreendem com seus ossos
que não haverá paraíso nem amores desfolhados;
sabem que vão ao lodo de números e leis,
a brinquedos sem arte, a suores sem fruto.
A luz é sepultada por correntes e ruídos
em impudico reto de ciência sem raízes.
Pelos bairros há gentes que vacilam insones
como recém-saídas de um naufrágio de sangue.
(De “Romanceiro Gitano e Outros Poemas” -
Tradução de Oscar Mendes – Aguilar – INL - 1973)
A Aurora de Nova York
(Versão para música de Chico Buarque
de Holanda e Raimundo Fagner)
Federico Garcia Lorca
A aurora de nova York tem
Quatro colunas de lodo
E um furacão de pombas
Que explode as águas podres.
A aurora de nova York geme
Nas vastas escadarias
A buscar entre as arestas
Angústias indefinidas.
A aurora chega e ninguém em sua boca a recebe
Porque ali a esperança nem a manhã são possíveis.
E as moedas, como enxames, devoram recém-nascidos.
Os que primeiro se erguem, em seus ossos adivinham:
Não haverá paraíso nem amores desfolhados;
Só números, leis e o lodo de tanto esforço baldado.
A barulheira das ruas sepulta a luz na cidade
E as pessoas pelos bairros vão cambaleando insones
Como se houvessem saído de um naufrágio de sangue.
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Olá, obrigada por seguir meu blog.
ResponderExcluirPassa lá? Será muito bom ter sua visita.
Abraços!
Olá, Julia, você não deve favor
ResponderExcluirpor minha visita ao seu irresistível blog.
Não apenas passo lá, mas, estaciono,
descansado, a sorver toda beleza.
Agradeço também por sua parada aqui.
Volte mais e mais vezes!
Abraços!
Vanuza Pantaleão disse...
ResponderExcluirAmigo querido,
Eu é que estava com uma saudade danada de grande desse meu conterrâneo! Que bom que você apareceu!
Nova York ainda te auroras? Pombas?
Aquilo ali é muito complicado, rsrs.
Vou voltar aqui mais vezes, pois ando muito gripadinha.
Ixiii que tô morta de vontade de rever as nossas Alagoas!!!
Beijos nesse nobre coração e um lindo domingo!!!
12 de setembro de 2010 04:21
Bestiário Alagoano - Iremar Marinho disse...
Venha logo!!! Amiga conterrânea!!!
Pois é. Pena que Nova York
não tenha mais auroras naturais.
Ao contrário, como previu (profetizou?)
Garcia Lorca, a aurora de Nova York geme,
nas suas escadarias,com as pessoas
cambaleando pelos bairros,
saindo do naufrágio de sangue
e de fogo nas Torres Gêmeas.
Beijos pelo aconchego!!!
Uma poesia forte, pungente, reveladora no que tange a angustia de uma alma que se sente em meio ao caos.
ResponderExcluirSem comentários prolongado.
Simplesmente divino.
Axé
Sil,
ResponderExcluirTodos os seus comentários
são bem vindos e necessários para o aperfeiçoamento da busca poética.
Abraços poéticos.
Oi , Iremar !
ResponderExcluirTe vi lá seguindo-me e vim conferir , ...Rs
Conferi e adorei seu blog !!!
BjO e uma Noite de Paz.
.
ResponderExcluirEu adoraria chamá-lo de atrevido ou
destemido audacioso, mas não creio
que estes adjetivos o reverenciem,
agradeçam ou insultem, por isto eu o
chamarei de; dançarino da esperança,
que, com sua "bailarina" se deixa
levar pelos salões das revistas e dos
jornais exaltando o discernimento e
o raciocínio, a inteligência e a boa
fé dos seus leitores e amigos.
silvioafonso.
.
Olá, Malu,
ResponderExcluirUm Cadinho de Poesia é muito belo!
E ainda rendeu (rsrs) sua visita aqui!
Agradeço por ter adorado este Bestiário,
como agradeceria também,
se você não gostasse.
Venha sempre!
Abs e bjs
SilvioAfonso, Palhaço! rsrsr
ResponderExcluirNem dançar eu sei!
Seu comentário é suficiente
para preencher a cota
de enigmas deste dia.
Mas, fazer o que?
Agradeço sua visita!