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11 de outubro de 2009

Poesia alagoana

Sindicato do crime

Maurício de Macedo

A gente não mata por honra.
A gente não mata por Deus.
A gente não mata para roubar.
A gente só mata a soldo,
seja quem for o patrão.

A gente não mata em duelo.
A gente não mata lutando
com faca ou punhal.
A gente só mata de tocaia.
A bala só pega por trás.

A razão do patrão não importa:
disputa política ou terra,
ele não suja as mãos.

E sem razão fica o crime
pela distância que há
entre a mão que puxa o gatilho
e a boca que manda matar,
de modo que a gente pensa
que a gente mata por matar.

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