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25 de setembro de 2009

Poesia alagoana

James Joyce

Marcos de Farias Costa

James Joyce carregava Dublin,
como eu carrego Maceió em mim.

Aqui todos os açúcares e areias,
untam Ulysses: episódio das sereias.

A genialidade da alma jesuíta
revém. Genealogia da escripta.

Coisa com coisa — obra em marcha:
o universo lingüístico se encaixa.

Joyce era gamado por música,
I am a polaridade acústica.

Joyce era cego e via Homero.
Sou vários homens e o invero

Vetor da poesia. Ficção?
Fuga per canonem. Canto chão.

Joyce bêbedo puro pornógrafo,
Amante perverlírico polígrafo.

Jewgreek in greekjew. (Bloom,
Yesim, silêncio, sim, Sins, yesnoon.)

Dublar Dublin? Trilagoas, entimemática.
Maceió, Ítaca, Eldorado, Nausicaa.

Tanta sedução doente seja acedia:
Translúcida infinita melodia.

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Heureca

Norton Sarmento Filho

Descobri nesta besta cidade apática
A forma ideal de mentir a vida
A máscara exata para a farsa de viver
O elixir da longa desgraça humana.

Descobri nesta besta cidade apátrida
Seres ex-humanos rastejando de fome
Turbilhões de crianças com ventres inchados
E ratos pedindo esmolas em pleno dia

Descobri, afinal, o mal desta parva cidade:
Tem tudo – mas falta tudo
Tem povo – mas falta democracia
Tem Semana Santa - mas falta santidade!

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Poema nº 28

Arriete Vilela

Os meninos de rua
Parecem pardais urbanos:

em ligeiros vôos
acham-se em toda parte,
aproveitam restos de toda sorte.

Tropical
é algazarra de suas vozes,
quando se ajuntam;

seus gestos e jeitos,
de uma graça desavisada,
assustam e comovem.

Atentíssimo dever ser
o anjo da guarda dos meninos de rua,
esses tantos pardais urbanos.

2 comentários:

  1. Olá qureido!


    gostie dmais..
    principalmente do primeiro e as inferências

    Bjinhsu, poemas e maceios em mim

    Lelli

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  2. Querida Lelli,

    E vivam as inferências
    e mais poemas e maceiós pra você!

    Beijos

    ResponderExcluir