James Joyce
Marcos de Farias Costa
James Joyce carregava Dublin,
como eu carrego Maceió em mim.
Aqui todos os açúcares e areias,
untam Ulysses: episódio das sereias.
A genialidade da alma jesuíta
revém. Genealogia da escripta.
Coisa com coisa — obra em marcha:
o universo lingüístico se encaixa.
Joyce era gamado por música,
I am a polaridade acústica.
Joyce era cego e via Homero.
Sou vários homens e o invero
Vetor da poesia. Ficção?
Fuga per canonem. Canto chão.
Joyce bêbedo puro pornógrafo,
Amante perverlírico polígrafo.
Jewgreek in greekjew. (Bloom,
Yesim, silêncio, sim, Sins, yesnoon.)
Dublar Dublin? Trilagoas, entimemática.
Maceió, Ítaca, Eldorado, Nausicaa.
Tanta sedução doente seja acedia:
Translúcida infinita melodia.
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Heureca
Norton Sarmento Filho
Descobri nesta besta cidade apática
A forma ideal de mentir a vida
A máscara exata para a farsa de viver
O elixir da longa desgraça humana.
Descobri nesta besta cidade apátrida
Seres ex-humanos rastejando de fome
Turbilhões de crianças com ventres inchados
E ratos pedindo esmolas em pleno dia
Descobri, afinal, o mal desta parva cidade:
Tem tudo – mas falta tudo
Tem povo – mas falta democracia
Tem Semana Santa - mas falta santidade!
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Poema nº 28
Arriete Vilela
Os meninos de rua
Parecem pardais urbanos:
em ligeiros vôos
acham-se em toda parte,
aproveitam restos de toda sorte.
Tropical
é algazarra de suas vozes,
quando se ajuntam;
seus gestos e jeitos,
de uma graça desavisada,
assustam e comovem.
Atentíssimo dever ser
o anjo da guarda dos meninos de rua,
esses tantos pardais urbanos.
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Olá qureido!
ResponderExcluirgostie dmais..
principalmente do primeiro e as inferências
Bjinhsu, poemas e maceios em mim
Lelli
Querida Lelli,
ResponderExcluirE vivam as inferências
e mais poemas e maceiós pra você!
Beijos