Cânticos
( I )
Ubirajara
Almeida
Ceifei a juventude em noites
encantadas de álcool, música,
com intermináveis mulheres.
Embriagado vivi na opulência
de sensações amorosas
a deslizar sobre o corpo.
Vivam os dias que se foram
nos perfumes destilados
pelos desejos ternos
de variados sabores.
Nunca dei um dia
de trabalho feliz
mas as horas de prazeres
enfeitavam mais e mais
a vontade da sobrevivência.
Basta-me um lápis, um papel
e uma Musa. Não existe
riqueza maior do que esta
revelação emocional.
(De Dez
Lírios & Tremifusas – Maceió 2012)
Cantata
Nº 2
Ubirajara
Almeida
Entre alegres numes e doces ninfas
Certamente estou com deuses no Olimpo
A beber goles de encantadas linfas
No vítreo corpo do cristal mais limpo.
Do sopro de Pã, valsa em semifusa
Uma feminina forma brejeira
De cor divinal com seu olhar de musa
Numa pintura luso-brasileira.
A iguaria farta ao som dos açoites
Nasce nas folhas das mil e uma noites
Para saciar o sonho cortesão.
Dança a deusa tão leve que flutua
Nos perfumados tons vindos da lua
Onde palpita a solene invenção.
(De
Inventário do Silêncio – Maceió 2012)
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