Poema do espanto para Ferreira Gullar
Iremar Marinho
Mundo
vasto bate à porta.
Se
os ossos me espancam,
O
poema não se espanta.
Não
vou mais a São Luiz.
Não
vou rimar meretriz
Com
minha falta de espanto.
Não
há poema se o tempo
Retrai
do poeta o canto
(a
espera do espanto).
Por
falta de espanto, faço
Poema
vivo na carne,
No
osso – a face desnuda.
Crio
poema perplexo.
Já
não há encanto
Não
mais me espanto.
Prezado poeta Iremar, muito sugestivo seu poema, ainda mais que sou fã do Gullar, do qual li todos os livros e os releio eternamente. Sim, a poesia nasce do espanto, e depois, se realmente poesia, vira ouro.
ResponderExcluirCaríssimo Alaor.
ResponderExcluirFico muito feliz por sua apreciação
sobre o poema e sobre Gullar;
de quem também sou admirador.
Sou grato por sua visita e
participação neste Bestiário.
Abraços
Olá Iremar Marinho, uma bela homenagem ao nosso poeta Ferreira Gullar, considerado por muitos o maior poeta vivo do Brasil, é muito de meu agrado todos os poemas deste grande homem, e penso como ele: antes o espanto depois o poema, escrever a frio não escrevo! Admiro toda sua trajetória, poética, política, com todas suas polêmicas acirradas !!!
ResponderExcluirDeixo aqui uma estrofe de um poema dele que gosto muito:
- sei que dois e dois são quatro
sei que a vida vale a pena
mesmo que o pão seja caro
e a liberdade pequena.
Ferreira Gullar (poema Dois e Dois são Quatro)
Abraços e uma ótima semana, e obrigada pela sua visita em meu humilde espaço, volte sempre!
Clarice Moreno
Olá, Clarice Moreno,
ResponderExcluirTënho muita satisfação ao ter você aqui,
apreciando o poema do grande Ferreira Gullar
e prestigiando o nosso Bestiário Alagoano.
O poema Dois e Dois são Quatro está também
postado aqui entre os melhores poemas que eu li.
Abraços para você!
Iremar Marinho