Para mamãe fazendo uma omelete
Mamãe, eu te reflito como um lago
A cor do céu estende na água clara.
No teu olhar esconde-se minha alma,
Quando cansado de viver naufrago.
E quando a solidão, à noite, afago,
A noite crespa que me fere a palma,
Meus cabelos de dor teu canto espalma,
E, menino de novo, durmo e vago.
Mamãe – foi tão errada a rota e vã
A batalha tecida em meu afã,
Que de tanto morrer não me sei morto;
Pois, sempre que me vejo ao léu da vida,
Busco-te a vela que não sei perdida,
Ó nau primeira do primeiro porto!
(Este soneto foi escrito em 09/05/87. Minha mãe morreu no Natal do ano passado. C.M.)
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Belo Soneto leio dedicado a uma Mae.
ResponderExcluirPerdoa-me, estou em New York, e meu teclado e americano, sem acentos.
Efigenia Coutinho
Efigênia,
ResponderExcluirAgradeço, também pelo Cícero Melo, sua apreciação sobre o belo poema dele.
Tem nada não, internet é assim mesmo, sem acentos, mas todo mundo entende.
Abraços,
Iremar Marinho