Tecendo a Manhã
João Cabral de Melo Neto
1
Um galo sozinho não tece uma manhã:
ele precisará sempre de outros galos.
De um que apanhe esse grito que ele
e o lance a outro; de um outro galo
que apanhe o grito de um galo antes
e o lance a outro; e de outros galos
que com muitos outros galos se cruzem
os fios de sol de seus gritos de galo,
para que a manhã, desde uma teia tênue,
se vá tecendo, entre todos os galos.
2
E se encorpando em tela, entre todos,
se erguendo tenda, onde entrem todos,
se entretendendo para todos, no toldo
(a manhã) que plana livre de armação.
A manhã, toldo de um tecido tão aéreo
que, tecido, se eleva por si: luz balão.
(A Educação pela Pedra)
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E nas pequenas coisas a alegria do amanhecer.
ResponderExcluirE dos prazeres mais simples e comesinhos, a vida se dá e segue.
Galos a cantar despertando um novo dia.
Da Avenida guararapes, memórias.
Você escreve bem e escolhe bem os poemas que edita aqui.
ABraços
Mai,
ResponderExcluirSempre nos inspirando vida e poesia!
Sou grato a você!
Abraços
Amigo Iremar,
ResponderExcluirE a nossa amiga Mai tem razao: Nas pequenas coisas, a alegria do amanhécer.
Por gentileza dá uma passada no meu blog para pegar um selinho de amizade!
Um grande abraco,
Grande Iremar. Não sabia do blog. Grata surpresa. Trabalho belíssimo, como sempre. Vou passar a visitar...
ResponderExcluirAbraços
Luis Vilar
Grande Luiz Vilar,
ResponderExcluirSou grato pela sua visita.
Parabéns pelo quase diário de Bia.
Abraços,
Iremar