JORGE DE TODAS AS LUAS
Inaldo Cavalcanti
Para Iremar Marinho
Jorge de todas as luas
Mestre de Orfeu
E servo da poesia
Menino eterno
Repleto
Da poesia universal
Recriada
Na fala brasileira
Te louvar
É amar
A noite e o dia
Nas asas sonhadas
Do Mundaú
E servo da poesia
Menino eterno
Repleto
Da poesia universal
Recriada
Na fala brasileira
Te louvar
É amar
A noite e o dia
Nas asas sonhadas
Do Mundaú
VAN
CANTIGA A VINCENT
Inaldo
Cavalcanti
O vento visita o verde
No olhar maravilhado
De um homem menino.
Eu te vi no vento
- Loucura luminosa
Por um deus esquecida –
Invadir a janela
De um pobre calendário.
Eu te vi no vento
E me lembrei da vida.
UM SABER SIMPLES VERTICALIZA A
LUZ
Inaldo Cavalcanti
No carrossel inerte – humílimo mistério.
Eis um rosto.
A loucura que o rictus do Atlântico
Traduz em espumas – preciso golpe.
Eis o mesmo rosto.
Algo magoado cadencia a vida
E o recife ensina o êxtase silencioso do olhar
LONDON
REVISITED
Inaldo Cavalcanti
Os espelhos nunca morrem:
Conspiram contra o silêncio.
Aturde a flor o vento rude.
Sangra nas raízes o mundo.
Perversa a minha dor:
De mim vive, e não me faz feliz
A
DERROTA PASSADA A LIMPO
Inaldo Cavalcanti
Me fiz, e assim cantei a história
E assim perdi
O coração onde o banquete
Recusou o comer comum.
Sou pequeno: o passado
Já viveu o futuro.
Nada conduz à minha tristeza de sonhar.
Nada recria o pão da minha amizade.
Uma vez desprezada e pobre vigília,
Sou pobre.
Mendigo da melodia, louvo a Luz
E reencontro a doação da minha queda:
A ti, cordeiro guerreiro da origem.
INALDO
CAVALCANTI é natural de Recife (PE). Estudioso de Filosofia e Psicanálise, publicou
O Livro do Esquecimento (2003).
ResponderExcluirthx
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