In Nomine Dei
Otávio Cabral
Antes que o sol adormeça
Que a minha fé reacenda
E o teu poema amanheça
Cegai meus olhos poeta
As minhas pernas cortai
Todo meu corpo ulcerai
De Deus livrai-me poeta
De sua fome voraz
Livrai poeta livrai-me
De tudo que em seu nome
É praguejado livrai-me
Do paraíso livrai-me
Soneto de mar e vôo quase pássaro
Gonzaga Leão
Possuis provavelmente repetido
da ave o vôo nas mãos e nos cabelos;
nos teus lábios maduros e vermelhos
há certamente um pássaro ferido
que se refaz, de vôo prometido.
São de asas silenciosas teus artelhos.
E há também um mar que em teus joelhos
repousa, um mar na cor do teu vestido
transparente, finíssimo, de gaze,
quase desfeito ao vento, voando quase.
Um mar pousado em ti, calado e breve.
Digo eu que sei que me perdi no mar
que em ti descansa e que aprendi a voar
sem consequências com teu corpo leve.
No azul de Lorca
Arriete Vilela
As estrelas de Lorca repousam
sobre o azul dormido,
mas nada me dizem de ti.
Saberão os álamos dos rios de Lorca
que passos peregrinos se interpõem
entre os nossos azuis,
impossíveis hoje?
Saberão as águas desnudas de Lorca
quantas luzes hás de atravessar,
em quantos corpos hás de dormir
e que labirintos hás de tecer para lograr o tempo,
antes que assomes na madrugada
da minha rua?
Há as caravelas, sei.
Mas não devo apressar-te. Virás
à época dos frutos maduros,
do trigo e das uvas,
do mel e do amor.
Virás no rastro de Lorca
e nos claros azuis em que testemunhei
os luares ferindo de saudade
a noite profunda.
Virás por veredas que se hão de consumir
em flor e silêncio:
aprenderás a ninar Lorca
para compreender que, como ele,
não sabes teu fim
nem teu destino.
A rua da casa do meu avô
José Geraldo Marques
a rua da casa do meu avô
era ampla e bela
como a aurora
e nela
desaguavam (misturados ao ipanema)
todos os rios da minha esperança
a rua da casa do meu avô
era uma ponte
que ligava à cidadezinha
a mais distante galáxia
e por elas (às tardes das sextas-feiras)
passavam todos os touros da minha raça
aos quais a rude gente chamava gado
a noite da rua da casa do meu avô
era mais quilométrica que a da broadway
(embora anti-luzisse):
é que as constelações pareciam armadas para cair
ao menor sussurro de Deus...
Otávio Cabral
Antes que o sol adormeça
Que a minha fé reacenda
E o teu poema amanheça
Cegai meus olhos poeta
As minhas pernas cortai
Todo meu corpo ulcerai
De Deus livrai-me poeta
De sua fome voraz
Livrai poeta livrai-me
De tudo que em seu nome
É praguejado livrai-me
Do paraíso livrai-me
Soneto de mar e vôo quase pássaro
Gonzaga Leão
Possuis provavelmente repetido
da ave o vôo nas mãos e nos cabelos;
nos teus lábios maduros e vermelhos
há certamente um pássaro ferido
que se refaz, de vôo prometido.
São de asas silenciosas teus artelhos.
E há também um mar que em teus joelhos
repousa, um mar na cor do teu vestido
transparente, finíssimo, de gaze,
quase desfeito ao vento, voando quase.
Um mar pousado em ti, calado e breve.
Digo eu que sei que me perdi no mar
que em ti descansa e que aprendi a voar
sem consequências com teu corpo leve.
No azul de Lorca
Arriete Vilela
As estrelas de Lorca repousam
sobre o azul dormido,
mas nada me dizem de ti.
Saberão os álamos dos rios de Lorca
que passos peregrinos se interpõem
entre os nossos azuis,
impossíveis hoje?
Saberão as águas desnudas de Lorca
quantas luzes hás de atravessar,
em quantos corpos hás de dormir
e que labirintos hás de tecer para lograr o tempo,
antes que assomes na madrugada
da minha rua?
Há as caravelas, sei.
Mas não devo apressar-te. Virás
à época dos frutos maduros,
do trigo e das uvas,
do mel e do amor.
Virás no rastro de Lorca
e nos claros azuis em que testemunhei
os luares ferindo de saudade
a noite profunda.
Virás por veredas que se hão de consumir
em flor e silêncio:
aprenderás a ninar Lorca
para compreender que, como ele,
não sabes teu fim
nem teu destino.
A rua da casa do meu avô
José Geraldo Marques
a rua da casa do meu avô
era ampla e bela
como a aurora
e nela
desaguavam (misturados ao ipanema)
todos os rios da minha esperança
a rua da casa do meu avô
era uma ponte
que ligava à cidadezinha
a mais distante galáxia
e por elas (às tardes das sextas-feiras)
passavam todos os touros da minha raça
aos quais a rude gente chamava gado
a noite da rua da casa do meu avô
era mais quilométrica que a da broadway
(embora anti-luzisse):
é que as constelações pareciam armadas para cair
ao menor sussurro de Deus...
Obrigada por compartilhar tão lindos poemas.Um abraço
ResponderExcluirAmiga Guaraciaba,
ResponderExcluirQue bela (e alegre) manhã de começo
de semana você nos proporciona
ao compartilhar os os poemas do Bestiário.
Excelente semana para você.
Abraços
Hola muy grato el paseo por su bloog disfrutando de bellas poesías.
ResponderExcluiragradesco su grata visita, dejo la huella de mi paso con mi saludo.
Gracias querido amigo por este año compartido.
ResponderExcluirQue en estas fiestas renazca el amor y la luz de la esperanza
Y los sueños se transformen en una bella realidad.
Besitos para ti querido amigo, que Dios te bendiga.
¡¡FELIZ NAVIDAD PARA TI!!
Vc é uma constelação de maravilhas!
ResponderExcluirAmei tudo por aqui.
Nos Marino, gracias por compartir esta buena selección de poemas, no le he visitado desde que se hizo mi seguidor y deseo que pase una Santa Navidad y un año feliz
ResponderExcluirReciba mi ternura
Sor.Cecilia
Siga cantando e compartilhando, caro.
ResponderExcluirUm ótimo 2011 pra você.
Um 2011 ainda mais inspirador para vc...
ResponderExcluirabraços
Iremar,
ResponderExcluiruma verdadeira bênção descobrir expoentes alagoanos da poesia. Vc os põe à mesa e eu os devoro com avidez. Os conterrâneos de Graciliano Ramos encontram em mim um admirador inaugurado.
Forte abraço!
Oi, passando para desejar um feliz ano novo. bjsss
ResponderExcluirEstou postando aqui para lhe dar os parabéns , todas as suas citações são lindas, realmente não tenho palavras para elas, se chegar a publica-las em livro por favor avise-me
ResponderExcluir____________//___________________
Cristiano S. Siqueira
Téc. Informática, WebMaster, WebDesign.
E-Mail cristianoserodio@gmail.com
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Irenar te espero no dempres más
ResponderExcluirHoy viernes ya puedes pasar a buscar el premio regalo de los 500 seguidores de Estoy a tu lado.
Con ternura
Sor.Cecilia
Olá,
ResponderExcluirvim avisar que Blas Fêmea morreu no fogo da inquisição e renasceu Gilda.
Amigo, te he visitado varias veces y no tengo la felicidad de verte en mi blog, espero que lo hagas algún día , hoy tengo un poema que recito en un vídeo.
ResponderExcluirTe espero
Sor.Cecilia
Veo que el traductor dice palabras extrañas.
ResponderExcluirEstás bien? veo que no publicas y me preocupa.
te dejo mi ternura
Sor. Cecilia
Sor. Cecilia
ExcluirPor razones de salud personal y familiar pasó esta vez
prácticamente sin navegar. Esperanza casi perdida en este mundo
que es tan hermoso, pero también trae tristeza.
Gracias por su amabilidad, preocupación y ternura.
Volvemos a las actividades.
Desculpa las palabras extrañas del traductor (rsrsrs)
Abrazos.
Amigo,gostei demais daqui...agradeço sua visita a nosso blog de ficção...compartilhei pelo mundo online este maravilhoso blog....valeu...fuiiiiii
ResponderExcluirMoreijo Moreira25/07/2012 -
ResponderExcluirVisitem o blog de nosso amigo Iremar Marinho poeta, jornalista e escritor de nosso lindo estado de Alagoas...recomendo....fuiiii
Amigo Moreijo
Por motivo de saúde pessoal e na família passei este tempo
praticamente sem navegar. Quase perco a esperança neste mundo
que é tão bonito mas que também nos traz tristezas.
Agradeço por sua gentileza ao divulgar e participar do nosso Bestiário.
Abraços.